domingo, 27 de dezembro de 2009

Câncer, e seus ensinamentos...

A gripe, que na minha infância se pegava por andar de pés descalços, evoluiu muito, agora vem do frango, do porco, ganhou até status de A, B ou C, H1N1 e por aí vai. Mas, dessas invenções modernas a que mais me perturba é o câncer. Você está se multiplicando o tempo todo. Suas células estão em constante renovação. Muitas morrem, o tempo todo. E outras tantas se multiplicam. É mágico! O ser humano tem a capacidade de se reinventar não só no pensamento mas também corporalmente. Até que, por um motivo qualquer, ainda muito mal explicado, uma célula, uma única célula filha da puta, resolve se multiplicar de forma diferente das demais. Ela não é você! Não tem a sua energia, o seu DNA, mas está em você, crescendo. O câncer é um organismo estranho, desarmônico, que se alimenta de você para te destruir. E também para ensinar. O câncer nunca é individual. Sempre disse isso e continuarei afirmando. Esse professor chamado câncer é familiar, é social. “a, você sabia que a fulana está com câncer”, mentira. Porque na verdade, a família da fulana é que está. Câncer é uma doença familiar. Uma briga, contra um grupinho sem vergonha de células tortas que se multiplicaram a fú. Uma briga a ser comprada por todos os familiares, em união, armados com carinho, gratidão, dinheiro, empenho e solidariedade. Você deve, a sua maneira estar presente. Fazer-se presente. Estenda a mão. Melhor do que quimioterápicos, cirurgias, mais eficiente até mesmo que a religião é o bom medicamento da “mão estendida”. Perceber-se acolhido, amado, bem quisto ataca ferozmente qualquer célula cancerosa. E no mais, é ensinar e aprender. O câncer é um professor e tanto. O método de ensino é questionável, mas o aprendizado duradouro. Todos nós temos um prazo de validade, renovável perante nossas atitudes e compromissos firmados com “o povo lá de cima”. A minha família adoeceu, de ambos os lados, agora é hora de se armar, aprender, lutar e ensinar. Estou convocando soldados, quem se armará comigo? Já me considero com um bom exército: anjos, orixás, médicos do espaço, agora começaram o alistamento dos seres humanos. Ah, e por favor, cuidado com o maior agravante do câncer, com o que mais mata, estou falando dessa tal de pena. Não sinta pena. Se comova, sim. Mas, pena não! Cada um sabe dos compromissos que firmou antes de pisar nessa terrinha abençoada e bandida que é este planeta. “ah coitadinha, está doente”, coitado de você que pensa assim! Adoecer é um ato de coragem, é permitir que o corpo revele o que está na mente, nas emoções. Adoecer é ser verdadeiro. Então, estamos combinados! Se você é corajoso, não é fã da peninha, quer aprender e ensinar, é solidário e afetuoso, aliste-se! Venha para esse exército.

Sem explicação!


Que Deus é meio debochado, eu já suspeitava. Porque essa história de escrever certo por linhas tortas, meu filho, que bobagem. É deboche mesmo! Você está a mercê do mais puro e intenso deboche divino. Porque além de debochado Deus é desorganizado. Você já observou que cada vez que você arruma a sua vida, põe as coisas no lugar, alguma coisa acontece e tudo se renova, se modifica e “meu Deus” que bagunça que fica. É você solucionar uma coisa e puffff, surge uma outra para ser resolvida. Na verdade, acho que talvez não se trate de um deboche, mas Deus deve mesmo é ser uma mulher. Porque essa história de seguir o coração, de querer tudo certinho no lugar, de ser exigente é tipicamente feminina. Aí, de momentos em momentos, não muito bem regulados, Deus resolve menstruar. Aí meu filho, nós meros seres humanos é que agüentamos a TPM divina com todas as modificações que vem com ela. Por vezes vendavais, outras perdas de emprego, ou o surgimento de um novo amor. Pode ser pior, um amor antigo pode reaparecer. As vezes me acho meio masoquista, mas sou extremamente apaixonado pela vida na terra, esse ciclo menstrual divino todo desregulado.
Há o que se chame de desejo
Aquele suspiro que percorre uma certa distância
Sem chegar no alvo certo
É quando olhares bastam
Os toques são levados pelo pensamento
Os toques que relembram.
Revivem.
Renovam-se.
Existem histórias que ultrapassam os beijos.
As distâncias. As fronteiras.
São reais ao puro toque.
Toque que nos leva as estrelas,
Essas sempre como testemunha.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O que as mulheres querem (por um homem)

Um homem precisa ter um corpo bonito. Sim, ele é necessário. Afinal de contas, uma barriguinha, gordurinhas e pelanquinhas não são nenhum atrativo sexual. Um homem precisa ser inteligente. Culto, eu diria. De nada adianta o corpo bonito sem uma inteligência presente. Futebol é legal e uma cervejinha gelada tem o seu valor, mas esqueça, não é isso que as mulheres querem. Elas precisam de muito mais do que isso. Dinheiro é bom. Aliás, muito bom. Mas, se você resolver viver só a procura dele, você é que deixará de ser bom. Talvez se torne uma agradável carteira. Bom, não serás mais. Corpo bonito, inteligente, empreendedor na medida certa..hummm.. Educado! Arrotar e depois dizer “te amo” não é nada romântico! Um homem também precisa de mira, acertar no alvo! Não, não estou falando de bocetas, mas sim da tampa do vaso. Custa acertar? Baixar a tampa um exagero, nem comentarei a respeito. Tem que ser bom de cama. Essa idéia que as mulheres são certinhas, que não gostam de ousar, meu filho esqueça já isso! As mulheres gostam de inovar na cama. De ter seus corpos tocados, beijados, levemente mordidos. Acredito que no fim das contas, o que elas menos gostam é de serem comidas. Não as coma, as aprecie. Sem moderação. Com educação e afeto. Um homem precisa ser um bom ouvinte? Mentira! As mulheres não querem ser ouvidas. Elas querem dialogar. Portanto, responda! E de preferência algo melhor que um “ohum” ou um “humm, pois é”. Responda pelo menos algo que tenha a ver com o assunto em questão. Participe da vida dos seus filhos. Eduque-os. Elas gostam de pais presentes. Mas, vou resumir essa ladainha toda. Mais do um corpo bonito, educação, mira, diálogo as mulheres querem presença! Não importa se é um momento célebre ou um desastre. Elas te querem presente. Como uma testemunha de seus atos falhos e certeiros. Participe da vida da mulher. Presença é 90% de toda a conquista. Depois só não esqueça de periodicamente reconquistá-la. Ah! E tenha uma cara de safado. Não precisa ser. Mas a “lata de cachorro” meche com a libido feminina. Elas negam, mas é um atrativo e tanto!

Campo nem sempre bom...





Poderia ter uma história feliz para contar. Mas, não tenho. Ou melhor, tenho uma história linda para contar, que terminou com um show de realismo. Sabe quando você se sente capaz de alcançar a lua com os dedos das mãos, assoprar as nuvens, beijar as estrelas, de tão alto que os teus pensamentos e sentimentos vão? E de repente a única coisa que você sente são seus pés, fixos no chão, trêmulos. Vou deixando o lado poético de lado e vou narrando a situação. Fui ao município de Campo Bom, aqui mesmo no Rio Grande do Sul, para um show. Talvez o mais belo do ano. Acompanhado. Feliz, envolvido, entusiasmado, sabe quando você tinha fechado uma porta da sua vida, e ela aos poucos vai se abrindo e trazendo mais felicidade do que qualquer outra coisa. Nesse entusiasmo apaixonado, em uma parada de ônibus fui abordado por três policiais, cujo um em especial me indagou, referindo meu comportamento como sendo um tal de “gesto obsceno”. Um abraço, de suas pessoas que se gostam, em público foi tratado como obscenidade. E como último questionamento, o policial me perguntou se eu não tinha educação. Educação? Surtei. Para mim obscenidade é a “robalheira” sem escrúpulos que ocorre no governo brasileiro. Obsceno é uma mãe abandonar um filho no leito de um hospital. Obsceno é um deficiente físico não ter acesso a alguns lugares público. Um surdo não ser compreendido. Um amor não ser correspondido. É, a vida é mesmo cheia de obscenidades, esses atos impensados, que não devem ser expostos ao público. De fato, crimes, abandonos, estupros, agressões são mesmo gestos obscenos. Agora, os recatados que me desculpem, mas um abraço, um aperto de mão ou qualquer manifestação de afeto jamais será um ato obsceno. Amores podem ser puros ou marotos, levados ou calmos, intensos ou brandos, mas nunca serão obscenos! Porque todo ou qualquer tipo de amor deve ser demonstrado em público. Bom, diante disso, julgo desnecessária grandes explicações sobre eu ter ou não educação. Nesse sentido, meus pais foram impecáveis. Me ensinaram que não devo baixar minha cabeça para nada e que o que há de belo, deve ser manifesto, para contagiar, multiplicar, transcender. Preconceito na idade dos meus avós é compreensível, na dos meus pais questionável, na minha geração inadmissível, vindo de um funcionário de segurança pública, um crime. Mas, apesar do pequeno baque cultural, continuarei educado. Pois na minha educação, manifestar homo-afeto é natural, bonito, simplesmente flui. Não foi o primeiro preconceito, não será o último. O que não terei é preconceito comigo mesmo. A era dos armários acabou, quer você goste ou não de nos ter nas ruas, emanando amor, felicidade e entusiasmo. Me animei.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um conto erótico..


Primeiro achei muito bagaceiro fazer um relato erótico. Depois, fui analisando que o erotismo, de bagaceiro não tem nada. É bom fantasiar, é saudável. Faz você se sentir vivo, puro, sem medo dos seus desejos mais íntimos, sexuais ou não; amorosos ou não; limpos ou não. Todos nós temos um modelo de uma transa perfeita, ao seu modo, com muito de você mesmo. Sim, porque para o sexo ser perfeito, deve conter muito de você mesmo. Você deve manifestar sua personalidade, o seu “eu”, no toque, no beijo, no carinho, é necessário estar presente. Sexo não é para os ausentes. E se for com muito carinho, amorosidade, melhor! Minha fantasia sexual perfeita seria assim: marcaria um encontro depois do trabalho, trabalhar para mim é muito prazeroso. Trabalho de branco, e “me gosto” de branquinho, em especial de calça branca, médio justa, médio folgada. Chegaria de branco! Cumprimentaria olhando nos olhos, com vontade de beijar a boca, mesmo sabendo que o lugar não permitiria. O levaria, em uma sutil caminhada até meu apartamento. Onde já no elevador, como um imã, os corpos se aproximassem, com os lábios se tocando de leve. Acredite, nessas condições 12 andares parecem uma eternidade. Abriria a porta, com sutileza, e aí então, os beijos ficariam mais intensos, regados a saudade misturada a entusiasmo, com vontade de conversar somado a tesão, sensações que parecem opostas, mas que com a gente casariam super bem. Eu sentiria o seu toque firme, carinhoso, em conjunto com um olhar cheio de malandragem. Não aquela malandragem má, cachorra, mas aquele olhar com malícia e sinceridade. As mãos ora me conduziriam, ora seriam conduzidas. Sempre com muitos beijos, não me imagino sem os beijos. Transaríamos, atentos um ao prazer do outro, sem medo. Com envolvimento. Terminando abraçados, suados, sujos, cansados, felizes. Recompostos, tomaríamos um banho, a luz de vela e ao aroma de incenso, trocando carícias, sentindo a água. Nos secaríamos, e com a toalha na cintura iríamos para a sacada, abraçados, olharíamos para a Lua, melhor ainda se fosse Lua Cheia, daquelas que parecem iluminar a cidade inteira. Seríamos só nós dois, o abraço e a Lua. Trocaríamos desejos de estarmos juntos mais vezes, olhando nos olhos e trocando carinhos. Sempre com muitos carinhos. E, quando o visse partir teria aquela certeza de que não seria uma transa casual, mas sim o início de uma história a dois. Com doses de loucura e carinho. Para ser uma boa história tem que ter muito carinho, as doses de loucura e óbvio muita cumplicidade. Quando você enxerga nos olhos do outro que o seu interesse não é em dinheiro, em garantir um futuro ou qualquer outra coisa, mas sim em você mesmo, no que você pode fazê-lo sentir, suar, suspirar, enxergar, viver. O mágico é quando você percebe que a outra pessoa respira você, transpira você, confia e é merecedora de confiança. Mágico é quando tem carinho, envolvimento, respirações profundas e óbvio! Aqueles momentos em que você perde o fôlego. Se eu fosse pensar em uma noite perfeita, ela seria exatamente assim, carinhosa, com banho a luz de velas e com um abraço forte ao contemplar a Lua. E você? Como seria a sua noite perfeita? Pense, fantasie, deixe a mente rolar, a vida é super prazerosa, sinta o prazer do viver.

Garoto Malvado!

Agora serei um garoto malvado! Te desejei, te amei, te respirei, fiz a comida que você mais gostava, passei na frente do teu trabalho só para te ver sorrindo através do vidro, inventei mil desculpas para estar ao teu lado. Dei o melhor de mim. Apostei! Planejei! Me envolvi e.. Você foi embora. Simplesmente foi embora. Porque resolveu viver uma história qualquer com um alguém que você já tentou duas ou três vezes ser feliz, e não foi! Amar é complicado e doar-se, bom doar-se um erro. Quando nós nos doamos em excesso, perdemos o melhor de nós mesmos, nos negligenciamos. A partir de hoje, não me negligencio mais, nem um pedacinho de mim mesmo. Somente dois seres completos e em sintonia conseguem ser felizes juntos. E insistir, tramar, chantagear é um baita erro. Seguir em frente, o mais sábio, afinal de contas não quero alguém do meu lado porque sou inteligente, dedicado, ou qualquer uma dessas qualidades confortáveis a todos. Quero alguém do meu lado pelo que sou, represento, calo, pelo que em mim é sujo ou limpo. É ilusão acreditar em pessoas perfeitas, as que mais se aproximam da perfeição são tediosas e previsíveis. É, pessoas perfeitinhas são extremamente previsíveis, vivem seguindo a cartilha. Não seguirei mais cartilhas. Serei um garoto malvado, porque me apaixonei e fiquei no caminho. Serei malvado o suficiente para me colocar como sendo a pessoa mais importante da minha vida. E serei tão mal, que quando me apaixonar novamente, provavelmente cometerei os mesmos erros, e acabarei me doando demais. Aí eu escrevo uma nova crônica e o ciclo recomeça...